Remoção de Dente Retido
A remoção de dente não erupcionado é um procedimento indispensável na prática odontológica, realizado para remover dentes que permanecem presos dentro do osso ou gengiva, impedindo a erupção completa. Esses dentes permanece[m] presos no osso alveolar ou sob o tecido gengival, podendo gerar desconforto, infecções, lesões nos dentes adjacentes e alterações na formação da arcada dentária, o que torna a sua extração essencial para manter a saúde oral e o funcionamento correto da boca.
Os dentes retidos são uma condição muito comum, afetando principalmente os terceiros molares, conhecidos popularmente como sisos, além dos caninos, tanto superiores quanto inferiores, que também são comumente retidos. Outros dentes, como pré-molares e incisivos, que raramente ficam retidos, mas quando isso acontece, demandam acompanhamento especializado, também requerem avaliação cuidadosa e intervenção especializada.
A retenção dentária pode ocorrer devido a diversos motivos, entre eles a ausência de espaço suficiente na arcada, bloqueando a erupção; posição anormal do germe dentário, que pode estar inclinado ou bloqueado por tecido ósseo ou gengival; existência de cistos ou tumores odontogênicos que bloqueiam a erupção; além de aspectos genéticos e metabólicos que interferem na formação dentária.
O diagnóstico da condição de dente retido começa com uma avaliação clínica detalhada, na qual o cirurgião-dentista verifica indícios como dor, edema, infecções frequentes, dificuldade de nascimento dos dentes permanentes e deslocamentos dentários. Exames radiográficos são fundamentais para um diagnóstico adequado, sendo as radiografias panorâmicas e a tomografia computadorizada os métodos mais utilizados. Essas imagens possibilitam a visualização precisa da localização, profundidade e inclinação do dente retido, além de mostrar sua relação com estruturas anatômicas importantes, como nervos e seios maxilares, fundamentais para o planejamento cirúrgico seguro.
A cirurgia para remoção do dente retido é realizada sob anestesia local, assegurando que o paciente não sinta dor durante o procedimento na maioria dos casos. Em casos de maior complexidade ou pacientes com ansiedade significativa, a sedação consciente ou anestesia geral podem ser utilizadas para garantir calma e segurança.
Durante a cirurgia, o cirurgião-dentista realiza uma incisão na gengiva para acessar o dente retido. Em seguida, é feita a remoção do tecido ósseo ao redor do dente, processo denominado osteotomia, para liberar o acesso. Quando o dente está em posição desfavorável ou muito grande para ser extraído de uma só vez, ele pode ser seccionado em partes menores (odontosecção), facilitando sua remoção e reduzindo o trauma cirúrgico.
Após a extração, o local é cuidadosamente limpo para evitar contaminações, seguido de sutura para garantir boa cicatrização. A duração do procedimento varia conforme a posição do dente, sua profundidade e a complexidade do caso, podendo durar de 30 minutos a mais de uma hora.
O período pós-operatório é uma fase fundamental para o êxito do procedimento e requer atenção especial. É comum que o paciente sofra com inchaço, hematomas e desconforto local, geralmente controlados com medicação para dor e inflamação. A aplicação de compressas frias nas primeiras 48 horas ajuda a reduzir o edema e o desconforto.
A alimentação deve ser leve, preferencialmente em consistência pastosa e temperatura fria ou morna, evitando comidas duras, quentes ou picantes, que podem incomodar a região operada e retardar a recuperação. O paciente também deve evitar o tabaco e o consumo de álcool, pois esses hábitos diminuem a velocidade da recuperação e elevam o risco de problemas.
A higiene oral deve ser realizada com precaução, utilizando escovas de cerdas suaves para não ferir a região. O uso de bochechos antissépticos pode ser recomendado para prevenir infecções, garantindo um ambiente favorável à cicatrização. O acompanhamento clínico pelo cirurgião-dentista é fundamental para avaliar a evolução do processo de recuperação e intervir prontamente se surgirem intercorrências.
Entre as possíveis complicações, embora raras, estão a alveolite seca — inflamação dolorosa decorrente da perda do coágulo protetor, infecções locais, lesões nervosas que podem provocar formigamento temporário ou permanente e trismo, que é a restrição para abrir a boca. O planejamento adequado, técnica apurada e cuidados pós-operatórios diminuem muito esses riscos.
A remoção de dentes retidos traz diversos benefícios para a saúde bucal. Além de eliminar sintomas como dor e processos infecciosos, previne danos aos dentes vizinhos, como desgaste radicular e cáries dentárias, e evita mudanças na posição dentária e oclusão, prejudicando a mastigação e a aparência. Também reduz o risco de desenvolvimento de cistos e tumores odontogênicos relacionados a dentes retidos.
É importante destacar que, em muitos casos, a remoção do dente retido é recomendada mesmo na ausência de sintomas, para evitar problemas ocultos que se manifestam depois e podem gerar danos. Por isso, o acompanhamento odontológico periódico é essencial para detectar precocemente a presença de dentes retidos e avaliar a necessidade da intervenção cirúrgica.
Os avanços em técnicas cirúrgicas, anestésicas e recursos tecnológicos, como o planejamento digital tridimensional, têm permitido que a remoção de dentes retidos seja realizada de forma cada vez mais segura, eficiente e com menor desconforto para os pacientes. O uso de métodos minimamente invasivos e equipamentos modernos contribui para reduzir o tempo de cirurgia, o trauma e acelerar a recuperação.
Em suma, a remoção de dente retido é um procedimento cirúrgico de grande relevância para preservar a saúde, a função e a estética bucal. Com exame cuidadoso, planejamento personalizado, execução técnica apurada e acompanhamento pós-cirúrgico, os resultados são eficazes, garantindo qualidade de vida e bem-estar.
Manter uma rotina de consultas odontológicas e realizar os exames recomendados são medidas fundamentais para diagnóstico precoce e indicação adequada da extração, evitando problemas e mantendo a saúde bucal.